O termo microlearning tem se popularizado no setor de aprendizado digital. Mas, mais do que uma novidade técnica, a solução se relaciona com o espírito da nossa época. A seguir, vamos considerar seu histórico e algumas estratégias de abordagem, para você aproveitar o melhor dessa tendência.
Histórico
Desde o surgimento do Twitter em 2006, o interesse por conteúdos em volume menor tem aumentado continuamente. Tanto é verdade que, mesmo havendo plataformas tradicionais para vídeos longos como o YouTube e para fotografias profissionais como o Flickr, o mercado acabou explodindo com as versões mais enxutas e dinâmicas. No caso do YouTube, ele encontrou nos Snapchat e no TikTok um tipo de concorrente. No caso do Flickr, ele foi soterrado, por assim dizer, pela popularidade do Instagram.
Mais do que uma disputa empresarial pela atenção do consumidor, esses apps indicam uma tendência de comportamento. Um maior interesse por conteúdos empacotados em volume menor, mais diretos e objetivos. E é aí que entra o microlearning.
Microlearning
Microlearning é o nome dado às iniciativas de aprendizado digital que seguem a lógica de entregar pequenas pílulas de conhecimento que são oferecidas em diferentes mídias no volume e na hora certa para o aluno.
Isso faz pleno sentido se levarmos em conta o formato enxuto de conteúdos compactos que encontramos nas mídias sociais hoje. Mas será que eles são viáveis didaticamente?
Por experiência própria, percebo que o uso de plataformas com micro-formatos tem um fator viciante que não dá para negar. Embora o volume individual de informação seja pequeno, na forma de vídeos curtos ou textos rápidos, a sensação de continuidade é muito grande. Nenhum usuário sai do Twitter após ler uma única mensagem de 250 caracteres. Pelo contrário. O formato telegráfico incentiva o uso contínuo. Então não vejo motivo para acusar essas plataformas de superficialidade, pois permitem a conexão de várias mensagens em um aprendizado maior.
Indicações de uso
Acredito que o microlearning pode ser usado para demandas pequenas e imediatistas, mas não apenas isso. Com uma abordagem estruturada, é possível criar campanhas de longo prazo, distribuídas em volumes palatáveis para o aluno. Isso pode ser especialmente importante ao longo de períodos longos, visando reforçar políticas ou trazer estratégias para necessidades sazonais. Por exemplo, uma série de videos curtos ao longo do ano podem fazer os alunos se lembrarem das políticas de compliance. Uma série de podcasts em outubro, podem preparar os vendedores para abordagem de vendas no Natal.
Mídias sugeridas
O microlearning se beneficia de mídias que permitam passar o recado de forma rápida e assertiva. Pensando nisso, eu recomendo abrir mão de estratégias muito sofisticadas tecnologicamente, visando minimizar os requisitos de dispositivos e conexão. Imagine que os formatos ideais sejam aqueles que possam ser compartilhados via Whatsapp.
Mídias não recomendadas
Mesmo sendo uma modalidade mais recente, o microlearning já começa a dar sinais de buscar uma atualização. E, se quisermos ter uma visão do futuro dessa modalidade, precisamos olhar para qual caminho os apps de micro-conteúdo estão seguindo.
Se eu fosse apostar em uma tendência referente ao microlearning, eu apostaria na inserção de interações inteligentes, como comentários, feedback, curtidas e outras maneiras de fazer o aluno fechar o ciclo da interação, ou seja, não apenas expor o aluno ao saber, mas permitir que ele interaja e manipule a nova informação, atividade fundamental para a fixação do novo conhecimento na memória do aluno.
O que diz o futuro do microlearning?
O fato de ser microlearning não significa que ele deva ser superficial. Além do efeito já comentado da leitura de vários microlearning para compor um saber aprofundado, é possível criar experiências de microlearning voltadas para usuários avançados. Com isso é possível testar e atualizar profissionais mais qualificados sem obrigá-los a participar de uma trilha que comece desde os fundamentos básicos.