Micro e pequenas empresas são as mais vulneráveis em termos financeiros e por isso, a grande maioria simplesmente não investe em capacitação, muito menos na modalidade online. Porém, o fato de elas estarem mais expostas às mudanças do mercado torna ainda mais importante que elas tenham uma estratégia de aprendizado ágil o bastante não apenas para sobreviver, mas para ter sucesso.
Felizmente, hoje em dia há inúmeras maneiras de empresas pequenas implantarem treinamento online e garantir a sua atualização e aprendizado constante. A seguir, apresentamos 5passos fundamentais para que PMEs possam se beneficiar das vantagens de um aprendizado digital e contínuo.
Passo 1: O treinamento online é encarado como um “analgésico” ou “vitamina”?
Antes de começar, considere a seguinte metáfora: quando você tem dor de cabeça, toma um analgésico. A dor de cabeça é um incômodo, você PRECISA tomar o analgésico ou não irá seguir em frente. Ele evita que você seja prejudicado. Os seus resultados são evidentes e quantificáveis.
Já a vitamina tem um outro papel. Geralmente nós tomamos ela quando estamos com saúde. Não temos muita certeza dos resultados dela, mas nos ajuda a nos sentir melhor, de alguma forma. Com ela, achamos que estamos fazendo algo de bom para nós mesmos. Há quem diga que funciona, outros dizem que não funciona, mas se você é adepto a ela, defende seus resultados positivos.
Descubra: como a PME enxerga o treinamento online? Algo necessário para corrigir um problema existente, ou um “plus” para um objetivo de longo prazo ainda não tão definido?
PMEs geralmente estão acostumadas em tomar apenas o analgésico. É natural, devido as suas condições estruturais. Por isso é importante primeiramente mostrar como o treinamento online pode atuar nesse sentido. E posteriormente, apresentá-lo como uma vitamina, aquilo que irá resolver problemas de longo prazo.
Perguntas-chave:
- Por que o treinamento online passou a ser considerado?
- Como a empresa encara/incentiva o aprendizado tradicional?
- Como a empresa compara o aprendizado tradicional com o aprendizado digital?
- Já houve alguma experiência anterior? Bem sucedida ou mal sucedida?
Passo 2: Comece pelo fim
Se a empresa já comprou a ideia de ter o treinamento online, é preciso dar o foco certo. Muitas empresas grandes começam a oferecer treinamentos focados em programas de integração e boas vindas.
Esqueça isso.
Focalize em temas que são críticos para a sobrevivência do negócio, como por exemplo, vendas. Se a PME não vende, quebra.
A força de vendas é um dos públicos mais beneficiados, pois geralmente estão geograficamente distribuídos e precisam estar sempre atualizados quanto a novos produtos, campanhas, contorno de objeções, etc.
Outro exemplo de tema importante: compliance. Sem atender regulamentações, a empresa não pode operar. Ela é obrigada a ministrar treinamentos periódicos, como por exemplo EPIs, Proteção Ambiental, Prevenção a Fraude etc.
Perguntas-chave:
- Qual é o objetivo da empresa para esse ano?
- Que conhecimentos, habilidades e atitudes faltam para alcançar o objetivo?
Passo 3: Esqueça a receita do bolo
As grandes consultorias de treinamento online estão acostumadas a atender empresas com orçamentos globais e com cultura de aprendizado digital já estabelecida. Possivelmente irão propor o uso de modernas plataformas de aprendizado e uma série de serviços que apesar de bons, podem não ser prioritários, ou pior, não se adequarem ao perfil do seu público.
E PMEs não podem perder dinheiro de forma alguma.
Por isso, vale a pena pensar de forma criativa e aberta. Comece por usar ferramentas gratuitas, que o público esteja acostumado. Whatsapp, Zoom, Skype, Slideshare, entre outros serviços online gratuitos, podem tirar você da estaca zero.
Lembre-se que nem sempre o grátis é tão de graça assim. Por exemplo, há plataformas de código aberto que são gratuitas para instalar, mas que exigem contratação de desenvolvedores especializados para personalização e gestão.
Por isso, considere também a possibilidade de usar recursos pagos, porém em suas edições mais baratas. Algumas ferramentas e plataformas são bastante generosas quando o cliente tem um número reduzido de usuários, o que é a regras nas PMEs.
Perguntas-chave:
- Como sua empresa se comunica digitalmente entre si, com fornecedores e com clientes?
- Quais meios podem ser aproveitados para compartilhar conhecimento?
Passo 4: Atue por projeto
Quando pensamos em aprendizado, lembramos de escola, curso, faculdades. Essas instituições tem em comum o fato de terem rotinas cíclicas, ou seja, sua atuação é contínua e repetida.
Porém para PMEs isso pode ser um complicador, pois pode ‘inchar’ as atribuições dos que estão envolvidos e fica mais difícil justificar sua existência em longo prazo.
Por isso, recomendamos que o tema seja tratado como um projeto-piloto. Com começo, meio e fim, definição de objetivos, cronograma, orçamento e indicadores a serem medidos. Isso ajudará a envolver todas as partes interessadas a se manter no foco desejado, com um horizonte de resultados tangível e alcançável.
Recomendamos também designar um gestor que atue como ponto focal do projeto. O aprendizado digital, longe de ser ensino automatizado, requer a coordenação de diferentes profissionais para acontecer.
Perguntas-chave:
- Onde queremos chegar?
- Quando queremos chegar?
- Quem será responsável?
- Como alcançaremos o objetivo?
Passo 5: Seja brutalmente honesto
Esse é um ponto importante que passa batido mesmo em empresas grandes. Seja honesto com o que não deu certo e não tenha medo de mudar e tentar novamente por outro caminho.
Empresas PME muitas vezes giram em torno de um grupo reduzido de líderes e possui uma cadeia hierárquica bastante rígida. Isso pode gerar “bolhas” de percepção, em que parte da empresa adora o projeto e parte odeia.
Por isso, o Passo 5 é fundamental e desafiador.
Quando seus colaboradores são seus alunos, é importante ouvi-los para reconhecer os pontos fortes e pontos de melhoria do seu projeto. Porém, a hierarquia profissional pode impedir a opinião sincera sem receios.
Se for difícil ter tamanha abertura e transparência, promova pesquisas anônimas ou mesmo tome a iniciativa apontando onde gostaria de melhorar. Lembre-se, as PMEs não tem nem tempo nem recursos para se dar ao luxo de investir tempo e recursos em algo que não será aproveitado.
Perguntas-chave:
- Como podemos ouvir a opinião sincera do público-alvo?
- Como podemos mostrar que aplicamos o que ouvimos?
