Vivemos em um mundo que valoriza muito o saber enciclopédico. Na cultura pop, frequentemente vemos associarem o papel do cientista a alguém que tem na ponta da língua a resposta para qualquer pergunta, mesmo se não for de sua área de atuação. Jogos de perguntas e respostas e programas de competição na TV também contribuem para reforçar a visão de quem SABE mais é o vencedor.

No entanto, no mundo real as coisas funcionam de forma diferente. Se por um lado a cultura pop valoriza o saber enciclopédico, o mercado de trabalho valoriza a habilidade em transformar teoria em prática. O mérito não está na quantidade de conhecimento que o indivíduo possui, mas o quanto ele é capaz de transformar esse conhecimento em soluções na área em que atua.

Neste artigo, você vai encontrar:

O que é conhecimento?

Conhecimento, pode ser entendido como nosso ‘recorte’ da realidade. Quando você enxerga uma floresta, você percebe as árvores, o verde e as variedades. Mas um botânico sabe identificar cada elemento e tirar conclusões muito mais aguçadas, pois o seu recorte de realidade é muito mais detalhado. Ao mesmo, tempo um adolescente tem um recorte da realidade diferente de um adulto, possivelmente enxergando padrões de comportamento entre os seus semelhantes no uso de roupas, gestos, gírias e jeito de caminhar que passam desapercebidos pelos adultos. E assim por diante.

O conhecimento é, portanto, a informação contextualizada com algum sentido. O conhecimento dá a ‘dica’ para você se certa informação é boa ou ruim, se deve ser buscada ou evitada, e assim por diante.

O que é habilidade?

O que vem a sua mente quando falamos sobre alguém habilidoso? Para mim, a primeira imagem que me ocorre é de um artesão produzindo um vaso de barro ou de um músico executando um solo perfeito em seu instrumento preferido. Esses são exemplos clássicos de habilidades motoras, ou seja, as que envolvem a coordenação dos membros físicos do indivíduo. Mas a habilidade pode ser manifestada de forma mais discreta. Um bom vendedor, por exemplo possui boas habilidades de negociação. Um bom gerente de projetos, por sua vez, poossui boa habilidade social ao motivar e organizar a equipe para ser produtiva. A habilidade é, portanto, um conceito dinâmico e diz respeito à diferentes níveis de manifestação, como: motora, cognitiva, social, profissional etc.

As habilidades são altamente valorizadas e procuradas tanto por pessoas como por empresas. Todos querem ser habilidosos no que fazem. Por trás de toda habilidade existe o conhecimento como a sua base fundamental. O conhecimento, em todos os exemplos citados acima é necessário ANTES do profissional se tornar habilidoso. O conhecimento é, por assim dizer, o combustível, a caixa de ferramentas, para desenvolver habilidades.

Portanto, para se chegar à habilidade, é preciso primeiro ter conhecimento. Mas como sair de um ponto ao outro? Como transformar o saber enciclopédico tradicional em tomadas de decisão mais acertadas? É isso o que veremos a seguir.

Como fazer a ponte entre conhecimento e habilidade

A habilidade é algo que depende totalmente da AÇÃO do indivíduo. Seja motora, profissional, social ou qualquer outro tipo de habilidade, estamos falando sobre algo que exija a iniciativa e a ação prática sobre determinado cenário.

Sendo assim, para transformar conhecimento em habilidade, é preciso seguir passos que gradualmente retirem o aspecto teórico do conhecimento e o coloquem no terreno prático da habilidade.

Passo 1 - Identifique qual habilidade deseja desenvolver

Como já deu para perceber, toda vez que falamos sobre habilidade citamos diferentes exemplos. Isso ocorre porque diferente do conhecimento, a habilidade pode ser manifestada de múltiplas maneiras.

Passo 2 - Elabore problemas a serem resolvidos

Agora, ao invés de compartilhar conhecimento, compartilhe problemas a serem resolvidos. Esses problemas devem ser baseados na habilidade que deseja desenvolver e, quanto mais próximo da realidade que o aluno irá enfrentar no mundo real, melhor.

Passo 3 - Permita que o aluno resolva esses problemas

Indepentende da mídia utilizada, encontre formas para que o aluno possa refletir e tomar decisão para resolver o problema apresentado. Isso pode ser baseado de muitas formas, desde uma pergunta dissertativa, múltipla escolha, ou simplesmente oferecendo ao aluno a ferramenta que ele irá usar para praticar a resolução do problema.

Passo 4 - Ofereça um ambiente seguro para tentativa e erro

Deixe o aluno errar, e encoraje a experimentação. Se preciso, crie um repositório de desafios, ou em outras palavras, tenha matéria-prima suficiente para o aluno treinar sua habilidade. O ideal é que sejam organizadas por nível crescente de dificuldade, mas nunca abandonando o realismo e a habilidade que deve ser treinada.

Passo 5 - Ofereça feedback personalizado

Ao longo das tentativas e erros, providencie orientação construtiva. Nem sempre o aluno faz tudo errado, nem tudo certo. Esteja atento para identificar as lacunas que faltam para ele se aperfeiçoar. Estimule o que está correto e ajuste o que está errado, de forma cirúrgica.

Passo 6 - Repita a operação, com cada vez menos apoio

Você já aprendeu a andar de bicicleta? Ou, já ensinou alguém a andar de bicicleta? Como sabe, é um tipo de treino que pouco a pouco o instrutor diminui o seu apoio físico sobre o equipamento. Geralmente, o novo ciclista começa a pedalar sozinho sem nem mesmo perceber pois o hábil instrutor foi, gradualmente diminuindo o apoio para que ele não caia. Essa é uma excelente lição de treinamento de habilidade. Conforme repete as sessões de prática, diminua o volume de feedback e aumente a autonomia do aluno até que ele tenha domínio sobre todos os aspectos desejados.


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Eduardo Leopold

Criativo em aprendizado digital com mais de 15 anos de experiência no setor corporativo. Palestrante e instrutor de ferramentas de autoria, design instrucional e gamificação, atendendo ativamente mais de 40 empresas nos últimos anos.

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